06 maio, 2009

ESTA VIDA DEFINITIVAMENTE NÃO É P TODO MUNDO!

Estamos muito cansados, em cacos, depois de uma noite que arrastamos a âncora e fomos jogados sobre um banco de areia durante uma tempestade a meia noite, dentro do Lagoon da Benner Bay em St Thomas com ventos fortes. Foi exatamente em Grassy Cay.
Sabíamos que a ancoragem não era muito segura e estávamos em alerta. Mesmo assim, enquanto tentávamos reancorar, fomos jogados no banco de areia.
Primeiro arrastamos perto de um monocasco (fundo de grama bem grossa sobre um fundo duro de areia) então resolvemos levantar o ferro e jogar perto de um catamaran que estava mais na frente. Foi muito dificil levantar a âncora, por causa dos ventos fortes, mas conseguimos, tentamos jogar outra vez, pois lá o fundo parecia areia.
Qdo terminamos de jogar a âncora, vimos que estávamos arrastando outra vez então tiramos outra vez a âncora com muita dificuldade, o vento rondando muito, muita chuva. Resolvemos ir embora da baía. Qdo estávamos saindo, muitas ondas e o tempo parecia piorar. Achamos loucura fazer isso e então resolvemos voltar p perto daquele catamaran.
Jogamos ferro e foi em 2 segundos, impressionante, qdo botamos o barco com a proa no vento, o vento rondou e nos jogou p cima de um banco de areia. Tentamos sair imediatamente mas o swell nos jogava p cima do mangue e foi impossível. Encalhamos feio!







Isso era meia noite. Ficamos a noite inteira no cockpit do barco, com porradas das ondas surreais, achando que o barco ia partir ao meio.
Lá pelas 4 da manha o dinguy se solta do barco, Geraldo pula na água p buscar, a água dava na cintura. O motor acaba a gasolina, ele volta andando com o dinguy rebocado pela mão.
Adrenalina mais de 12 horas seguidas, rezando p todos os santos, fazendo muitas promessas... Pior que o furacão que passamos ano passado, muito pior!
Tentamos de tudo. Jogamos 3 ancoras , para não encalhar mais, tentamos puxar no guincho, depois pela catraca p ver se nos movíamos. Nada!
Estávamos muito cansados e fracos. Sem comer, noite em claro com adrenalina a milhão.
Tudo dentro do barco caindo, o barco totalmente adernado a boreste!
Qdo amanheceu, ainda de madrugada, com chuva, frio , todas as roupas molhadas, um cruzeirista tentos nos ajudar sem sucesso, pois precisávamos de um barco mais potente. Tentamos colocar a driça da grande amarrada no dinghy e puxar o mastro p baixo, a boreste afim de enclinarmos mais ainda o barco e diminuirmos o calado, que é 5,5 pés. Sem sucesso, com as mãos em feridas de puxar ancora, corrente e cortadas por cabos, totalmente desapontados, fechamos o barco, e fomos ate a terra falar com pessoas e ver o que fazíamos já pela manha. O SEA TOW custava 10 % do valor total do barco, e não íamos morrer em 10 mil dólares nem a pau. Conseguimos lá pelo meio dia, muito cansados , e sem forças nem de negociar, um cara que tinha uma lancha de pesca moderna com motor potente p nos puxar junto com um dinghy com motor de 40 hp. Foi assim que saímos de lá pelas 5 da tarde.
Qdo boiamos outra vez, não acreditávamos...
Nenhum arranhão. O BALEEIRO é muito mais forte do que imaginávamos... impressionante. Se fossem estes barcos “branquelas” de charter, o prejuízo ia as alturas. Leme quebrado, quilha vazando, alagamento e por aí vai....
O Baleeiro tem 35 camadas de fibra na quilha mais 2,5 cm de AIREX. O leme é protegido por um SKEG fortíssimo. Claro que tivemos sorte pois não era pedra nem coral e sim areia. Mesmo assim ouvimos histórias de outro Corbin que ficou 20 dias em um arrecife e não teve o casco perfurado. Sei lá se é verdade. Mais um degrau no aprendizado e estaremos mais alertas com certeza!
Tivemos que largar uma âncora a deriva, p nos soltar logo e agora precisamos voltar lá mergulhar e achá-la.
Se vcs vissem o BALEEIRO adernado, na areia, as ondas quase entrando pela borda, parecia que ele estava agonizando, e nós com certeza estávamos também.
Pagamos 1300 dolares pela boa ação.
Ninguém queria fazer por menos de 2500 doletas, mas isso não dava p gente pagar.
E ninguém queria nos dar socorro. Aqui, segundo a lei americana se vc dá socorro vc automaticamente se responsabiliza pelos danos. Então ninguém queria isso.
Foi muito difícil, muita adrenalina, muita mesmo...
Parecia que não acabava nunca!
Assim como vcs que moram em terra, batem o carro, caem de bicicleta, etc... a gente pode encalhar de vez em qdo.
SHIT HAPPENS! Como diz o ditado!
Estamos felizes, pq estamos bem, apesar do cansaço.
Agora estamos na Marina, ainda em St Thomas, colocando a casa em ordem.
Voltaremos a Tortola na sexta para mais um charter.
Minhas mãos doem, estou quebrada e o Tinho esta destruído.
DEFINITIVAMENTE, esta vida não é p todo mundo!

2 comentários:

cort9 disse...

Que aventura...heim ???
Mesmo em silêncio ando acompanhando tudo
Isso é que é VIVER

Forte Abraço

Sandra Aguiar disse...

Caramba! Que adrenalina...! ainda bem que estou em terra firme... ancorada nos meus travesseiros!