16 janeiro, 2010

INFERNO NO PARAÍSO

O vulcão Soufriere Hills cobre a metade sul de Montserrat,(território britânico) uma pequena ilha no arquipélogo das Indias do Oeste.
Até 1995, o vulcão , nunca havia perturbado a ensolarada tranqüilidade da Ilha de Montserrat, no Caribe. Aí, passou a espirrar fumaça e a juntar lava nos subterrâneos até explodir , arrasando o pequeno éden caribenho.
Em seus ataques, o perigo rápido e mortífero tomou a forma de uma ventania terrível, jorrando da cratera entre 60 e 200 quilômetros por hora. Aí, não houve como evitar o risco, pois as cinzas, poeira e gases, a mais de 500 graus Celsius, espalham-se em direções imprevisíveis, com impulso bastante para derrubar paredes de 1 metro de espessura. Pior: ao grudar e solidificar sobre a pele, transformam cidadãos em múmias instantâneas. Foi esse tufão vulcânico que expulsou os 15 000 habitantes desse paraíso tropical que é Montserrat, tiveram que largar tudo e fugir.
O Soufrière pertence a uma categoria de vulcões que não derrama grandes volumes de lava. Ele é do tipo que ejeta colunas pesadas de cinzas, poeira, vapor e gases de enxofre. Em novembro de 1996, deu a primeira demonstração de seu estilo, com um espetáculo de detonações que durou 46 minutos sem interrupção. Em junho de 1997, passou também a produzir bombas, que são fragmentos de rocha aquecidos a 800 graus Celsius e arremessados a 6 quilômetros de altura. Velocidade: 500 quilômetros por hora.
Mas o Soufrière também criou seus rios de pedra derretida. O maior deles chegou a ter 500 metros de largura. Em alguns lugares, a torrente cavou buracos de 25 metros de profundidade e, em outros, acumulou-se e endureceu na forma de blocos de até 15 metros de altura. De maneira geral, porém, a lava comportou-se bem: correu direto para o mar. Não foi preciso direcioná-la com trincheiras e barricadas.
Segundo os especialistas, a lava do Soufrière contém pouco silício e deveria correr bem liquefeita. Mas em Montserrat as rochas não estavam totalmente fundidas: uma parte da torrente havia sido apenas amolecida pelo calor. Como resultado, a lava ganhou um aspecto espesso, rolando lentamente encostas abaixo e solidificando-se relativamente rápido. Em resumo, o que as rochas das profundezas fizeram foi uma cirurgia plástica na ilha, recriando toda a geografia de Monserrat.
Eventualmente, fluxos pirocásticos, avalanches de cinza quente, pedra-pomes, gás e pedras atingem a capital da ilha, Plymouth, que sofre enormes prejuízos.
É incrível como aqui em St Maarten, estamos percebendo todos os dias as cinzas do vulcão, que vem com o vento e sujam os barcos branquinhos todos os dias, como se fossem areia suja vinda do deserto.
Desde que entrou em erupção em 1995, este vulcão tornou-se um dos vulcões mais monitorizados do mundo.

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